sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

METEORO CAI NA RUSSIA



Ao menos 500 pessoas ficaram feridas após a queda de um meteoro na região dos Montes Urais, na Rússia, nesta sexta-feira. Onze estão em estado grave e foram levadas a centros médicos locais, segundo agências internacionais. A rocha, estimada em 10 toneladas, entrou na atmosfera e começou a se desfazer. Parte dela atingiu um lago na pequena cidade de Chebarkul, causando pânico entre moradores de todos os arredores. A onda de choque causada pelo fenômeno destruiu janelas e balançou prédios, enquanto equipes de resgate foram deslocadas para socorrer a população.

De acordo com autoridades, a maior parte dos feridos teve arranhões leves. Outros tiveram que ser atendidos em razão do susto. Não foram relatadas mortes em consequência do meteoro, mas o presidente Vladimir Putin, que nesta sexta-feira recebe ministros da Fazenda dos países do G20, e o primeiro-ministro Dmitry Medvedev foram notificados sobre o acontecimento.

No encontro, Putin criticou o sistema de alerta da Rússia contra meteoros - qualificando-o como “não totalmente eficaz” - e disse que o fenômeno deve interessar ao país “não somente de um ponto de vista astronômico, mas do ponto de vista do sistema de aviso para a população”.

A Academia Russa de Ciências estimou que a rocha pesava cerca de 10 toneladas. Fontes da agência de notícias Russian TV afirmam que o governo russo teria interceptado a rocha, que se desintegrou e caiu em três cidades, mas nada foi confirmado oficialmente até o momento.

Testemunhas contam que avistaram uma bola de fogo no céu, seguida de um flash e luz e o barulho de uma grande explosão. Alarmes de carros soaram, janelas quebraram e telefones celulares tiveram o funcionamento afetado pelo incidente.

- Nós vimos um grande flash de luz. Então, saímos para ver o que estava acontecendo e escutamos um som muito alto, como se fosse um trovão - disse Sergey Hametov, morador da região de Chelyabinsk, onde acredita-se que a maior parte do meteoro tenha caído.

Viktor Prokofiev, de 36 anos, morador de Yekaterinburgo, nos Montes Urais, disse que estava indo para o trabalho quando viu o meteoro. Com o clarão, ele sentiu como se tivesse ficado cego.

- Eu estava dirigindo para o trabalho, estava bem escuro, mas de repente veio um clarão como se fosse dia. Me senti como se estivesse ficado cego pela luz - acrescentou.

A região de Chelyabinsk, a cerca de 1.500 quilômetros de Moscou, abriga diversas fábricas, uma usina nuclear e o centro Mayak de armazenamento e tratamento de lixo atômico. A cidade de Chebarkul, alvo da rocha, tem 46 mil habitantes.

Incidentes do tipo são raros. Acredita-se que um meteorito tenha devastado uma área de mais de 2.000 quilômetros quadrados na Sibéria em 1908.

No fim da tarde desta sexta-feira, o asteroide 2012 DA14, uma rocha espacial com cerca de 50 metros de diâmetro, vai passar a apenas 22 mil quilômetros da superfície da Terra, a menor distância já registrada para um objeto do tipo. Autoridades chegaram a especular se a queda do meteoro na Rússia teria relação com o corpo celeste, mas cientistas afirmam que os dois fenômenos não estão relacionados.

Segundo a Nasa, não há nenhum risco de colisão do asteroide com o planeta nesta passagem nem no futuro próximo. Como a Terra orbita o Sol a uma velocidade média de cerca de 100 mil km/h, o 2012 DA14 vai “errar” o planeta por menos de 15 minutos.

Segundo Donald Yeomans, gerente do NEO, programa da Nasa que busca identificar e rastrear todos os objetos próximos que possam apresentar perigo para o planeta, se o asteroide estivesse em rota de colisão com a Terra ele explodiria na atmosfera com uma potência equivalente a 2,4 megatons, o suficiente para destruir uma grande cidade. Em 1908, um objeto equivalente ao 2012 DA14 explodiu sobre a região de Tunguska, Sibéria, devastando 2 mil quilômetros quadrados de floresta e derrubando 80 milhões de árvores.

Devido ao horário e ao pequeno tamanho do asteroide, sua passagem não poderá ser observada no Brasil. O fenômeno, no entanto, poderá ser acompanhado via internet. A partir das 17h, a Nasa vai transmitir comentários e imagens da aproximação feitas por telescópios na Austrália e depois nos EUA, já quando ele estiver se afastando.

FONTE: G1

Nenhum comentário:

Postar um comentário