quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

SALGADO FILHO SERÁ AMPLIADO ATÉ A COPA?

Os aeroportos das cidades-sede da Copa do Mundo de 2014 precisam apresentar capacidade adequada de embarque e desembarque de passageiros até a data do evento - 2014. O aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, está entre aqueles que necessitam de ampliação. Em março deste ano, a Infraero abriu licitação para elaboração dos projetos básico e executivo da expansão do pátio de aeronaves e do terminal de passageiros 1, com o objetivo de elevar a capacidade de passageiros dos atuais 6,5 milhões/ano para mais de 12 milhões/ano.

Com custo estimado em R$ 345 mi­­lhões, a obra a ser projetada será dividida em duas etapas. "A fase 1 vai até 2014, ampliando a capacidade do aeroporto para 10 milhões de passageiros ao ano. A fase 2 continua até 2016, quando o projeto que está sendo licitado - e sua consequente execução - será plenamente colocado à disposição da operação", explica Jorge Herdina, superintendente do aeroporto.

O dimensionamento das obras de am­­pliação baseia-se na projeção da demanda futura de passageiros. Os cálculos são feitos por meio de modelos matemáticos complexos, que levam em consideração até mesmo fatores como o crescimento do Produto Interno Bruto.

Dimensionamento

Definida a demanda esperada, uma série de normas adotadas por organismos internacionais de aviação - como a Orga­nização de Aviação Civil Internacional (OACI), a Federal Aviation Administration (FAA), dos Estados Unidos, e a Inter­national Air Transport Association (IATA) - e por órgãos brasileiros, como o Mi­­nistério da Aero­náu­tica, a Agência Na­­cional de Aviação Civil (Anac) e a Infraero, determina os padrões dimensionais que devem ser aplicados. O critério da Infraero para determinar o padrão de conforto no terminal de passageiros é de 10,5 m²/mil passageiros ao ano.

Multiplicando o número de passageiros anuais por esse valor, chega-se à área total que deve ter o terminal. Essa área inclui os seguintes componentes: meio-fio de embarque, saguão de embarque, check-in, praça de movimentação/manuseio de bagagem embarcada, controle de passaportes/emigração (Polícia Federal), inspeção de segurança no embarque (área de raio X), salas de embarque, salas de embarque remoto, controle de passaporte/imigração (Polícia Federal), salas de desembarque, praça de movimentação/manuseio de bagagem desembarcada, esteira de restituição de bagagem, alfândega/vistoria de bagagem (Receita Fe­­de­ral), saguão de desembarque e meio-fio de desembarque.

Outro aspecto importante é a quantificação e o dimensionamento de todos os itens do terminal de passageiros. "O sistema [do terminal de passageiros] é composto de processadores, seguindo um fluxo operacional que abrange todos os componentes do terminal. A capacidade do sistema é calculada com base na capacidade de processamento que se tem nesses subsistemas", explica Herdina. Normas da Infraero determinam critérios básicos para as dimensões de cada elemento.

A quantidade de passageiros também definirá as necessidades de instalação. Para estabelecer a capacidade de cada item operacional, são levados em conta conceitos como capacidade estática e dinâmica, número de passageiros na hora-pico nos setores de embarque e desembarque e quantidade de passageiros simultaneamente atendidos.

Ampliação

O terminal de passageiros 1 atualmente mede 37.600 m², distribuídos em quatro pavimentos. Com o plano de expansão, será totalmente reformado e complementado pela construção de mais 66.750 m², alcançando a área total de 104.350 m². Na área onde o novo terminal vai ser construído, já existe uma pequena parcela cujo térreo foi executado. Sobre a edificação existente, serão construídos mais dois pavimentos. Mas a maior parte da obra começará do solo.

O projeto do terminal de passageiros 1 compreenderá também a reforma e adaptação do sistema viário de acessos (incluindo viaduto de embarque), a implantação de uma nova central de utilidades, a instalação de um prédio de apoio às empresas e órgãos que nele atuam, uma nova área para equipamento de rampa, infraestrutura auxiliar (como guaritas e portões de acesso, reservatórios de água, estação de reúso de água e redes externas de infraestrutura geral) e urbanização e paisagismo das áreas circundantes do empreendimento.

A empresa que ficar responsável pela execução da obra deverá fornecer e implantar, em todo o empreendimento, sistemas eletrônicos, rede de telemática, esteiras transportadoras de bagagens, elevadores, escadas rolantes e plataformas automáticas, novas pontes de embarque e mobiliários administrativo e operacional para as áreas da Infraero e de órgãos públicos localizadas no terminal de passageiros. Em uma estimativa grosseira, de acordo com um engenheiro da Infraero, todos esses itens podem chegar a representar até 50% do custo total do empreendimento.

A elaboração dos projetos deverá ocorrer em até 14 meses após a concorrência que definirá a projetista. A partir daí, já se torna possível abrir a licitação da execução. A previsão é de que a fase 1 da ampliação seja concluída em 2013.




Benfeitorias

01 - Casa de bombas de recalque no 2
02 - Casa de bombas de recalque no 3
03 - Posto de combustível Petrobras
04 - Posto de combustível Shell
05 - Portão 01 (acesso ao pátio de manobras e pedestres)
06 - Terminal de carga
07 - Portão 06
08 - Portão 05 (acesso ao canteiro de obras)
09 - Edifício-garagem
10 - Bombas contra incêndio do Tepas
11 - Subestação força (Infraero)
12 - Portão 08 (acesso aos hangares e ao aeroporto)
13 - Via de serviço
14 - Terminal de passageiros 02
15 - Pátio de manobras (pátio 01)
16 - Cerca operacional
17 - Depósito combustível Infraero
18 - Sci (Seção Contra Incêndio)
19 - Novo Vor
20 - Vor
21 - Portão 04 (acesso aviação geral/Varig)
22 - Portão 03 (acesso estacionamento sala vip e recepção)
23 - Casa de bombas de recalque no 01
24 - Via de serviço/duto dep (departamento de Esgotos Pluviais)
25 - Taxiway/hotel
26 - Subestação de força do dpv
27 - Grupo de policiamento militar aéreo
28 - Estrada acesso à Varig/hangar avenida Geral
29 - Portão interno de acesso à Varig
30 - Ils (glade slope)
31 - Via de serviço
32 - Portão da via de acesso ao radar/pista
33 - Portão externo de acesso à Varig
34 - Estaleiro da Varig/pátio aéreo pequeno e grande porte - pátio 02
35 - Aeromot
36 - Residências unifamiliares/alojamentos
37 - Hangar das concessionárias
38 - Via de acesso ao rádio sonda e cnpa, radar, cab-29
39 - Rádio sonda
40 - Lanches aéreo lise (Catersul)
41 - dsa (Divisão Serviços Aéreos)
42 - Incinerador de lixo
43 - Prédio de apoio à ete
44 - Pista de táxi para hangares av. Geral (táxi golf)
45 - Via de serviço
46 - Hangar tasul táxi aéreo
47 - Estrada secundária
48 - Radar
49 - Hangar aeb táxi aéreo
50 - Uniair (Unimed Serviços Médicos)
51 - Hangar Flysul
52 - Hangar Transul táxi aéreo
53 - Hangar Hawkair
54 - Oficina dae
55 - Casa de bombas de recalque do dep
56 - Ponto remoto (para estacionamento de aeronaves sob apoderamento ilícito/pc1)
57 - Alojamento
58 - Hangar manutenção Infraero
59 - Depósito manutenção hangar
60 - Sede do cnpa
61 - Eptc (antiga brigada militar feminina)
62 - Prédio da manutenção
63 - Estacionamento público
64 - Assinfra
65 - Hangar aeromed
66 - Hangar bertol
67 - Portão externo dae
68 - papp (Pátio de aeronaves pequeno porte)
69 - Teca doméstico
70 - Terminal de passageiros 01
71 - Canteiro de obras da Beter
72 - Ils (localizer)
73 - Casa do Ktldc/vigilância
74 - Cerca patrimonial
75 - Posto Petrobras (Aeromot)
76 - Posto de combustível Shell (Varig)
77 - Dep (Departamento de Esgotos Pluviais)
78 - Farol
79 - Biruta
80 - Interseção Juliete-j
81 - Taxiway Alfa-a
82 - Taxiway bravo-b
83 - Interseção índia-i
84 - Taxiway Delta-d
85 - Intersecão Fox-f
86 - Interseção Echo-e
87 - Guarita acesso cnpa/rádio sonda/carga doméstica
88 - Guarita
89 - Prédio campo antena uhf
90 - Tepas Papp
91 - Acesso aeronaves à Tasul
92 - Antena ndb
93 - Portão externo do dep
94 - Interseção Charlie-c
95 - Via de acesso do portão 08 ao táxi hotel
96 - Link S. A. - Escola técnica


Premissas básicas e projetos


A Infraero estabelece premissas básicas para os estudos técnicos relativos ao terminal de passageiros. Elas referem-se aos fluxos operacionais nos diferentes espaços, seus componentes fundamentais e suas dimensões mínimas. Os documentos servem de referência para a empresa projetista.

As salas de restituição de bagagem, por exemplo, devem contar com espaço para o armazenamento dos carrinhos de bagagem vazios (esses espaços não são computados como parte da área de processamento de passageiros da sala de desembarque). As esteiras de restituição de bagagem devem ter um afastamento mínimo de 6 m entre suas faces externas e as paredes adjacentes laterais, além de 8 m no topo. Se houver mais de uma esteira, o espaçamento mínimo entre elas (de face externa principal a face externa principal) deve ser de 9 m.

Na área de check-in, localizada no saguão de embarque, um espaço deve ser reservado para as filas de passageiros em frente aos balcões. A largura mínima deve ser de 3 m para a circulação em frente aos balcões e a distância para fila deve ser de 12 m.

O terraço panorâmico deve, necessariamente, ser delimitado por uma esquadria envidraçada com no mínimo 2,6 m de altura, para barrar o contato do público com o "lado ar", face do terraço voltada para a pista de aeronaves. Na área de embarque, além disso, é necessário prever um "espaço cultural" onde possam ocorrer exposições.

Os requisitos mínimos para espaços, afastamentos, circulações e equipamentos no terminal de passageiros também são definidos no termo de referência no qual a licitação se baseia. Corredores de serviço para equipes de limpeza, por exemplo, devem ter no mínimo 1,8 m de largura e portas duplas. A circulação da parte fixa das pontes de embarque deve ter 2,4 m de largura mínima e pé-direito de no mínimo 2,2 m. As escadas rolantes devem ter degraus com no mínimo 1,2 m de largura e guarda-corpo em vidro transparente incolor.

Alguns detalhes construtivos e especificações de materiais também são determinados previamente, devendo fundamentar os projetos básico e executivo.

O memorial descritivo aponta, por exemplo, um alto grau de industrialização na execução da obra, priorizando elementos produzidos industrialmente para reduzir o prazo e os custos do empreendimento.

Outra indicação é que a distribuição interna das atividades do terminal de passageiros deve ser pautada em modularidade e expansibilidade. Algumas edificações, como banheiros, escadas e salas técnicas, portanto, não devem ser projetadas em áreas de provável expansão futura. No que se refere às estruturas e fundações, o memorial descritivo determina que parte da estrutura seja de concreto e a superestrutura seja metálica, indicando a necessidade de utilizar aço A-36 galvanizado a fogo, para evitar corrosão atmosférica.

O detalhamento de todos os itens elétricos, mecânicos e telemáticos, requisitos relativos a conforto térmico e proteção acústica, itens de segurança e características dos dispositivos de comunicação visual também são estabelecidos no edital, que conclui com a legislação e normatização a ser seguida.



Outras obras de ampliação


Pista de pouso e decolagem, que atualmente tem 2.280 m, será estendida em 920 m.


Pista de pouso e decolagem, que atualmente tem 2.280 m, será estendida em 920 m. Além da reforma e ampliação do terminal de passageiros 1 e da construção de um novo pátio de aeronaves (cuja licitação ocorreu junto com a do terminal), outras intervenções estão sendo feitas no aeroporto Salgado Filho. A pista de pouso e decolagem, que atualmente tem 2.280 m, será estendida em 920 m. Com a expansão, aeronaves de grande porte, como o Boeing 747, poderão decolar com peso máximo.

"Para o prolongamento da pista foi necessária a desapropriação de áreas adjacentes, visando cumprir normas referentes a áreas livres de obstáculos de qualquer natureza, que devem ser de, no mínimo, 150 m do eixo da pista", explica o superintendente Jorge Herdina.

O projeto, que havia sido elaborado em 2006, precisou ser alterado, uma vez que apenas no fim de 2010 a área necessária foi disponibilizada, após a remoção de famílias que a habitavam. "Em virtude de alguns ajustes e mudanças no modo construtivo, além da incorporação de itens de legislação que se tornaram obrigatórios de lá para cá, o Exército foi conveniado à Infraero para fazer as adequações", afirma Herdina. Segundo ele, até agosto o projeto executivo deverá ser finalizado. "A partir de então, partiremos para execução pelo próprio Exército ou para licitação para contratação de empresa."

Como o aeroporto localiza-se em uma área urbanizada, a nova pista terá de ser elevada para não sofrer restrições operacionais. "Devido ao avanço de quase mil m, o que até hoje não era obstáculo passa a ser obstáculo. Então, vamos elevar a nova cabeceira 5 m acima da atual. Ela estará a uma altitude de 8,95 m, e a atual altitude da cabeceira é de 3,80 m", descreve Herdina. O custo total da obra foi estimado em cerca de R$ 200 milhões.

Um novo complexo logístico de carga já está em execução, desde o começo do ano. Com área de 23 mil m², o terminal terá capacidade para movimentar 100 mil t/ano. "O terminal existente hoje em dia, bem acanhado, é separado em uma estrutura para operações nacionais e outra para operações internacionais. Teremos, então, uma estrutura que congregará todas as operações de logística, com as infraestruturas de apoio, órgãos fiscalizadores e pátio próprio, para comportar simultaneamente operações com até quatro aeronaves Boeing 747 ou até seis aeronaves de menor porte", explica Herdina. O prazo para conclusão é de 24 meses e o custo previsto é de R$ 98,3 milhões.


Salgado Filho hoje.

Como ficará após a primeira etapa.





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